quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Internacional 1x1 Grêmio

O argentino fez sua estréia no gre-NAL 371 Outro empate besta, em casa.

A vontade é de esbravejar e reclamar e culpar alguém, mas meu lado racional vê outros pontos, que não me deixam ficar tão brava, mas sim frustrada. O individual do Inter esteve bom mas o coletivo não engrenou. Será preciso tempo para que esse time ganhe entrosamento e aprenda a produzir junto. E tempo é coisa que não temos.

O maior problema dessa partida foi a pouca produção ofensiva. O goleiro adversário foi muito bem quando exigido, mas se a pressão fosse maior, acabaria errando, cedo ou tarde. Para o Inter conseguir marcar, precisou Guiñazu entrar aos dribles na área, ser derrubado e o árbitro marcar a penalidade máxima, que Daniel Carvalho converteu. Não fosse esse lance, muito dificilmente sairia o gol colorado.
É de se perguntar porque só Nilmar e Alex têm capacidade de marcar gols. Lógico, Daniel Carvalho está recém entrando no time e, à medida que ganhar entrosamento, será outro que poderá começar a marcar gols, no entanto, no momento, não há jogadores que saibam finalizar. A bola chega bem lá na frente e ninguém consegue colocar pra dentro! É triste de ver.

Rosinei fez uma partida sofrível essa noite. Errou praticamente todos os passes que deu. Ainda bem que só jogou o segundo tempo. Ao contrário de Edinho, que, dentro do seu limite, foi muito bem. Guiñazu foi o mesmo de sempre, o cara que corre, rouba bola e faz os companheiros terem vergonha de não produzir nem a metade do que ele faz. Ou pelo menos deveriam ter essa vergonha.
Adriano é um guri com potencial. Ele corre, chama a marcação, provoca a falta, mas tem um problema grave: não sabe quando passar a bola pra um companheiro melhor colocado ou sem tanta marcação e acaba perdendo bolas que poderiam dar bons frutos. Isso não é de hoje, já cansei de mencionar. Alguém precisa trabalhar isso com ele! Vai acabar marcado como jogador fominha e peladeiro sendo que poderia dar resultados muito bons para o time.
Sorondo é, sem dúvida, um ótimo jogador, quase perfeito na bola aérea, mas que tem problemas sérios com lesões. Hoje saiu machucado mais uma vez e coloca em xeque sua permanência no Inter. Sem dúvida, quando está em campo, produz muito e traz uma solidez inigualável pra zaga colorada. Tanto que o gol do adversário, através de uma cabeçada, só saiu depois dele já ter deixado o gramado. O problema é ele conseguir estar em campo! É uma pena. Muito provavelmente deve ser o olho grande daqueles que queriam contratá-lo e não conseguiram... Agora é esperar pra ver a extensão da nova lesão. Vamos esperar que seja algo leve e que ele possa retomar sua posição já na próxima partida.
Outros jogadores deram resultados satisfatórios, mas a atração individual da noite era a estréia de D'Alessandro. Muitos imaginaram que ele já chegaria arrasando, tamanha era a expectativa gerada pela sua contratação, mas seria melhor ter os pés no chão para não se frustrar: o cara é bom mas vai precisar de tempo, assim como qualquer jogador, para se entrosar e conseguir desenvolver suas jogadas. Não vai ser o melhor em campo logo na primeira partida, até porque é um jogador acima da média mas não é milagreiro. Nessa partida, ficou no mediano, não apareceu muito, mas já mostrou uma de suas características mais chatas: ficar pedindo falta e cartão o tempo todo e discutindo com a arbitragem. Quando pegar um dos árbitros que gostam de aparecer, vai tomar cartão amarelo de graça ou acabar expulso.

Falando do gol deles, preciso mencionar o quanto é frustrante ver essas faltas idiotas, sem sentido, sendo cometidas e que acabam resultando em gols dos adversários. Um jogador experiente como o Índio já deveria saber que, depois de marcar um pênalti pra uma das equipes, é natural que o árbitro comece a ver mais faltas daquela equipe favorecida pelo pênalti. Qualquer coisa perto da área vira falta! É muita ingenuidade fazer o que ele fez.
Outra coisa: foi o anúncio da venda do Renan e o Clemer voltou a ser o goleiro inseguro de antes. Parece que foi receber a notícia de que poderia voltar a ser titular pra se achar no direito de errar de novo. Que venha Michel Alves de uma vez! Melhor um goleiro que toma 8 e não tem culpa em nenhum do que um que não consegue segurar firme uma bola que vai direto nas mãos dele.

O que o torcedor mais precisaria agora é paciência. O problema é que essa é curta, e a de alguns até já acabou, tanto que estão pedindo a saída de Tite. Essa seria a pior coisa para o grupo agora: mais uma mudança radical. O Inter precisa de estabilidade. Só se vê resultado de trabalho com o tempo e é normal que um time que está sempre mudando tenha muitas dificuldades pra se estabelecer. O Inter estreou time novo em praticamente todas as partidas do Campeonato Brasileiro, e, nesse ponto, não há culpados diretos. Pode-se, com alguma autoridade, culpar a direção pela falta e planejamento, mas não dá pra culpar o treinador por escalar o time com os jogadores que estão à mão. Se há atletas suspensos, lesionados ou sem condições legais de jogo, o que há o treinador de fazer? Culpá-lo por posicionar mal a equipe e escalar os jogadores errados quando há opções é válido, mas há a necessidade de se distinguir se esses problemas também não são devidos ao pouco entrosamento da equipe.

Agora, seguindo a filosofia do treinador, é pensar no próximo confronto, contra um Vasco mais oscilante ainda do que o próprio Inter, dado a vitórias e derrotas com escores elásticos. Para essa partida, deveremos ter os retornos de Alex e Nilmar, e aí as almas coloradas ficam um pouco mais descansadas pois aqueles que conseguem colocar a bola pra dentro estarão em campo para fazê-lo.




Internacional 1x1 gfpa
Clemer; Índio, Sorondo (Marcão) e Bolívar; Wellington Monteiro (Rosinei), Edinho, Guiñazu, D'Alessandro e Gustavo Nery; Daniel Carvalho (Luiz Carlos) e Adriano.
Técnico: Tite.
Marcelo Grohe; Léo, Thiego (Adílson) e Jean; Rudinei (Soares), Makelele, Amaral, Souza e Helder; André Luiz e Reinaldo (Rever).
Técnico: Celso Roth.
Gols: Daniel Carvalho (I), aos 14min do segundo tempo, Léo (G), aos 18min do segundo tempo.
Cartões amarelos: Amaral, Jean, Tiego, Hélder, Adílson, Marcelo Grohe (G), Edinho (I).
Arbitragem: Sálvio Espinola Fagundes Filho (SP), auxiliado por Ednílson Corona (SP) e Émerson Carvalho (SP).
Público: 28.921 / Renda: R$ 619.895,00. Local: Beira-Rio, Porto Alegre.


Resenha do jogo em internacional.com.br

0 comentários: