quarta-feira, 11 de junho de 2008

E agora, é crise?

Escrevi há alguns dias um post sobre o Inter não estar em crise. Mandei esse post para o Blog Colorado no ClicRBS e as respostas a ele não foram, de fato, agradáveis. No entanto, a visão que tinha não mudou, nem mesmo com a derrota para a Portuguesa. Por quê? Porque, para mim, o uso da palavra crise é um problema semântico e que implica problemas de ordem psicológica.

Em primeiro lugar, crise era aquilo que Fernando Carvalho herdou de Fernando Miranda. Um clube praticamente falido, com uma maioria de jogadores medíocres e que no máximo brigava pelo título regional. Freqüentava a metade de baixo da tabela do Brasileiro todos os anos. Dá pra comparar aquela situação com essa?
O que o Inter vive agora é uma situação grave, ou problemática. É algo que se resolve com algumas vitórias, colocando cada um no seu devido lugar, não com meses (ou anos!) de trabalho e reformulação, que é o que uma crise pede.

Além disso, quem se beneficia com o Inter "em crise"? Não vi um apijamado que estivesse dizendo que não, o Inter não está em crise. Eles queriam exatamente o contrário, queriam que a imprensa começasse a divulgar isso. Já pararam para pensar o porquê? Acredito que seja o motivo psicológico que seja o crucial aqui. Com a palavra crise há uma desestabilização. É difícil superar uma crise, é demorado sair dela.

Agora, o fato de eu defender que não estamos em crise não significa que estou satisfeita com a atual situação. Uma coisa não simplesmente acarreta a outra. Não temos um técnico e o grupo está desmobilizado e desmoralizado, e isso, obviamente, não é bom.
A situação do técnico era compreensível até o momento em que se divulgou o impasse na diretoria. Uns querem Tite, outros não, e nisso ficamos parados. Eu aceitava, e até apoiava a decisão de ir com calma e tentar contratar o melhor possível, mas ficarmos sem treinador porque há briguinhas internas sobre gosto pessoal não é aceitável. Agora não é hora de ser passional, a razão se faz necessária. Até porque não há nome que seja consenso. E se vamos afagar o ego de alguém escolhendo esse em detrimento daquele, que seja feito pura e simplesmente como efeito colateral de se ter escolhido a melhor opção.

Voltando ao post no Blog Colorado, nem vou entrar no mérito dos "não-argumentos" que as pessoas usam para responder às opiniões dos outros. O xingamento é o primeiro artifício; o segundo é simplesmente dizer "é assim porque eu acho e pronto". Não há abertura para idéias diferentes nem a tentativa de entendê-las. Ainda não consegui detectar se isso é de praxe no futebol ou um particular dos torcedores do Inter.

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