quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Internacional 0 (1)x(0) 1 Estudiantes


CAMPEÃO!


Foi sofrido, por horas imagino que não só eu tenha pensado "isso realmente está acontecendo?", mas no fim (e bota fim nisso!) fomos recompensados com um gol chorado e salvador, que nos deu nosso primeiro título da Sul-Americana.

O jogo foi algo meio estranho de definir. Apesar de todos cansarem de dizer que estavam cientes de que o Estudiantes era muito melhor do que aquilo que tinha apresentado em La Plata, o Inter parecia estar desatento e nervoso. Não me pareceu que estivessem crendo que já tinham ganho o título ao ganharem o jogo de ida. Não, me pareceu excesso de vontade mal aplicada.
Na primeira etapa, a atuação do time foi até que boa, mas do meio para a frente o Inter parecia estar meio desligado. Talvez tenha pesado muito a melhor marcação do time argentino tanto sobre Alex quanto Nilmar. A segunda etapa, no entanto, foi ruim. O Inter deu espaços, viu o Estudiantes aproveitá-los e parecia que nada podia fazer pra reverter o quadro, que só piorou ao Bolívar fazer uma das inúmeras faltas desnecessárias. Na cobrança, um cruzamento no segundo pau encontrou um jogador do time argentino completamente livre (já que Danny Morais, estranhamente, estava marcando um dos seus próprios companheiros!).
Se alguém pudesse dizer que o jogo já não estava dramático antes, não haveria dúvidas depois desse gol.
Precisando empatar, parecia que o Inter ia se desesperar. Já sem Alex, substituido por Taison, o time voltou ao velho conhecido chutão-pra-frente/corre-nilmar. Não deu muito certo.
O placar permaneceu assim até o fim dos 90 minutos, então veio a prorrogação, que só adicionou ainda mais drama ao jogo.

A prorrogação foi melhor para o Inter assim que a única arma efetiva que o Estudiantes tem, Verón, foi substituído no primeiro tempo por cansaço. Naquele momento, o time argentino abdicou de jogar.
Ainda nesse mesmo tempo, uma jogada do Inter foi emblemática. Uma série de tentativas e finalizações que terminou com o goleiro adversário defendendo um chute de Bolívar deve ter deixado a torcida dividida: alguns acreditando que era um sinal de que a bola não entraria de jeito nenhum, outros crendo que era um sinal de que o gol estava madurando. Acertaram os últimos.
Segundo tempo da prorrogação, cobrança de escanteio de D'Alessandro. Danny Morais cabeceia na trave, Gustavo Nery chuta e o goleiro defende, e então a bola vai caprichosamente em direção ao meio do gol onde está Nilmar, que não tem muito trabalho para chutá-la para dentro. Era o gol que a massa Colorada estava esperando havia 112 minutos. O gol que selava mais um triunfo do Inter num torneio continental.

Agora somos o primeiro e único clube brasileiro com o título da Sul-Americana, o que também nos deu mais uma conquista, a de ser o único clube, além do Boca Juniors, a ter ganho todos os títulos disponíveis.
A Conmebol ainda afirma que o Inter foi o primeiro clube a ganhar o título de forma invicta, mas o fato de ter perdido o jogo no tempo normal e só empatado na prorrogação abre muita margem pra discussões.




Internacional 0 (1)x(0) 1 Estudiantes
Lauro; Bolívar, Danny Morais, Álvaro e Marcão; Edinho, Magrão (Sandro), Andrezinho (Gustavo Nery) e D'Alessandro; Alex (Taison) e Nilmar.
Técnico: Tite.
Andújar; Angeleri, Alayes, Desábato e Cellay; Braña, Ibérbia (Perez), Verón (Moreno y Fabianesi) e Benitez; Boselli e Fernandez (Calderon).
Técnico: Leonardo Astrada.
Gols: Alayes (E), aos 20min do segundo tempo do tempo normal, Nilmar (I), aos 8min do segundo tempo da prorrogação.
Cartões amarelos: Alayes, Benitez, Braña (E), Magrão, D'Alessandro, Gustavo Nery, Lauro (I). Expulsões: Agenor (I, banco de reserva)), Braña, Boselli (E).
Arbitragem: Jorge Larrionda, auxiliado por Pablo Fandiño e Wálter Rial (trio uruguaio).
Público: 51.803 / Renda: R$ 1.043.995,00. Local: Beira-Rio, Porto Alegre.

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